15 de nov. de 2010
Novas críticas de Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1
Variety
ϟ "Harry, Rony e Hermione abandonam sua segurança em Hogwarts em Harry Potter e as Relíquias da Morte, para esta negra e desesperadora adaptação do penúltimo episódio da adaptação cinematográfica da épica fantasia de J.K. Rowling. Para os três bruxos adolescentes entrando na selvageria da batalha contra Lorde Voldemort, o diretor David Yates tornou a série mais expansiva, estruturalmente como um capítulo independente – pesado e emocionante em alguns tempos e banhado com um profundo senso de solidão e derrota. Assim feito, a lealdade aos livros não será arruinada, não inconclusivamente, lançando incríveis retornos e ascensões de memórias e expectativas para um espetacular final. Enquanto o sétimo livro já está disponível há algum tempo, a audiência global aos filmes não mostra sinais de ter perdido o interesse na franquia da Warner Bros.; no último ano, Harry Potter e o Enigma do Príncipe fez uma das mais fortes performances da série, com 934 milhões de dólares. Mesmo não havendo a exibição 3D para a Parte I, não há razão para que não continue, com a audiência prometendo uma entusiástica presença para a Parte II, que será lançada em 15 de Julho (em 3D, para compensar). Bem antes do fim do sétimo filme – com a morte de um personagem recorrente e um golpe assustador para o Lorde das Trevas – deixou-se claro que não havia modo de ser fiel a “Relíquias da Morte” sem dividi-lo em dois. Afora os benefícios comerciais, simplesmente há estória demais para abranger de uma só vez, até mesmo com Steve Kloves fazendo seus sensatos cortes no que é facilmente a trama mais desregrada de Rowling – um empolgante e alvoroçado épico que traz sua complicada mitologia a um fim bagunçado, mas satisfatório. Como resultado disso, e talvez com um pouco de sua própria culpa, o filme de Yates parece por vezes tropeçar sob o peso de sua própria exposição. Com a tarefa de encontrar e destruir as Horcruxes restantes (objetos amaldiçoados contendo fragmentos da alma de Voldemort), o trio principal precisa percorrer caminhos indefinidos, decodificar misteriosos símbolos e pesquisar nomes com os quais não estão familiarizados no mundo da magia, tudo em tamanha agitação que talvez até mesmo os familiarizados com os textos precisem de um fluxograma. Ainda assim, os produtores precisam ser aplaudidos por não favorecem aos poucos “virgens de Potter” que possam estar na platéia, e por empurrar a série além de indesculpáveis domínios obscuros. Um comovente prólogo determina os sacrifícios que Harry (Daniel Radcliffe), Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) precisam fazer para proteger suas famílias diante de uma nova ordem mundial, pois agora o todo-poderoso Voldemort (Ralph Fiennes, cruelmente exigente) trama a destruição de Harry. Pela primeira vez na série, o perigo realmente se esconde atrás de cada esquina; parece haver um novo ataque de Comensais da Morte a cada 10 minutos, e a contagem de corpos aumenta vertiginosamente enquanto Yates desenvolve um caótico cenário gerado por computador após o outro: uma empolgante missão para acompanhar Harry em segurança com a ajuda de iscas mágicas; um casamento que termina em catástrofe; e uma desafiante incursão no Minstério da Magia, que tomou definitivamente um ar de Terceiro Reich na sua perseguição de bruxos nascidos trouxas, supervisionada pela detestável Dolores Umbridge (Imelda Staunton). Mas o destaque emocional de “Relíquias da Morte” é um constante trecho no qual nossos herois buscam refúgio na floresta, e o laço forte da amizade de Harry e Rony parece se afrouxar enquanto eles combatem a frustração, a incerteza e os ciúmes pela afeição de Hermione. É um interlúdio esgotante e depressivo, marcado por um sentimento forte de isolamento (e lindamente filmado nas praias de Blighty Burnham) que pode entediar alguns espectadores, mas como a maior das reviravoltas nos relacionamentos fundamentais da saga, apresenta Radcliffe, Grint e Watson em seus melhores momentos. É verdade que Yates alcança seus mais significativos efeitos não com duelos de bruxos ou com as visões dolorosas de Harry (das quais há muitas espalhadas), mas com silêncios arrastados e momentos de privilegiada intimidade; uma passagem que se destaca, nas quais as “Relíquias da Morte” são explicadas, faz uso extenso de animação, que não foi vista desse modo até agora na série. Yates está destinado a ser o diretor mais associado com a franquia, pelo fato de ter guiado mais filmes da série do que qualquer um, e se seu trabalho nunca obteve o peso poético de “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” de Alfonso Cuarón, ele pelo menos guiou três ou quatro filmes com um estilo fortemente elegante. “Relíquias da Morte” segue com uma impiedosa seriedade em seu propósito e um efetivo terror, e alguns momentos ocasionais de descontração, a maior parte deles cortesia dos irmãos gêmeos de Rony, Fred e Jorge (James e Oliver Phelps), são mais bem vindos do que nunca, mesmo que eles não estejam sempre graciosamente encaixados. Com esparsas cenas de mutilação e tortura (administradas pela psicótica Belatriz Lestrange de Helena Bonham Carter), o filme é notoriamente mais sangrento que os anteriores, embora seja apenas uma prévia do que está por vir. Entre os novos atores que mantêm o alto nível de atuação do filme, está Bill Nighy, que tem garantido mais tempo em tela como o novo Ministro da Magia; Peter Mullan como um Comensal da Morte particularmente perverso; e Rhys Ifans como o nem tão confiável pai de Luna Lovegood (a adorável Evanna Lynch). Vale também mencionar Toby Jones, que retorna como o dublador de Dobby, o elfo doméstico (antes uma irritante personagem ao estilo Jar Jar Binks, mas agora uma nobre figura). Além disso, estampando “Relíquias da Morte” com uma nova identidade cinematográfica, Yates convocou os talentos do compositor Alexandre Desplat, trazendo uma excelente e fina trilha sonora com poucos traços de John Williams, e o diretor de fotografia Eduardo Serra, cujas tomadas panorâmicas têm um contraste perfeito com o tom chiaroscuro das mais recentes fotos do set de Hogwarts."
HitFix
ϟ "Após presenciar o muito esperado, “Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 1”, é justo dizer que o diretor David Yates continuou seu ótimo trabalho em trazer uma visão mais sofisticada, elegante e moderna do fantástico mundo do jovem bruxo favorito de todos, para a telona. A experiência de Yates com “Ordem da Fênix” e “Enigma do Príncipe” lhe serviu bem, como fica claro em sua administração da franquia, que se aperfeiçoa bem a tempo do último capítulo. Em geral, “Relíquias da Morte” devia ser avaliado como o melhor “Potter” desde “Prisioneiro de Azkaban”, de Alfonso Cuarón, mas nós saberemos mais quando a segunda parte chegar aos cinemas em Julho de 2011. Os fãs do livro não ficarão desapontados ao encontrarem mais detalhes nessa adaptação do que em qualquer outro dos capítulos anteriores (ou pelo menos desde o inaugural “Pedra filosofal”, quase uma década atrás). É claro que, conforme críticos observaram, a autora JK Rowling encaixou na versão literária de Relíquias da Morte mais traços de um roteiro tradicional, do que em seus livros anteriores. E também com o fato do filme ser dividido em duas partes, o que ajuda a manter fãs que não leram os livros (assim como esse escritor) vidrados na tela. Houve muita conversa sobre a franquia “Potter” ser recompensada pela Academia e Indústria por uma década de filmes de qualidade (e sem mencionar blockbusters), mas uma premiação de melhor filme não acontecerá para a parte 1. O que esta metade da história de Relíquias da Morte faz, entretanto, é montar a base para o emocionante capítulo final que poderia facilmente encontrar seu caminho para uma indicação em 2011. Especialmente com o aperfeiçoamento do estilo visual seguro de Yates gerando uma porção de novas imagens icônicas para a série. Ainda que neste ano, a trilha de Alexander Desplat tenha somente um breve traço do famoso tema “Potter” de John Williams, seu trabalho pulsante e épico poderia claramente encontrar caminho para a disputa de melhor trilha sonora original. Yates usa um novo cinegrafista dessa vez, Eduardo Serra, e o duplamente indicado ao Oscar, apresenta uma variedade de lindas imagens, e principalmente sabe quando usar a luz do sol, no que poderia ter sido um filme completamente escuro. O lendário produtor de design, Stuart Craig, vencedor três vezes, não é indicado desde o “Cálice de Fogo” em 2006, mas com literalmente nenhuma cena na familiar escola de Hogwarts, seu trabalho impressionante ao redor de numerosas regiões rurais inglesas pode levá-lo até a platéia do Teatro Kodak mais uma vez. Maquiagem, figurino e efeitos visuais também serão sérios competidores. Os efeitos são especialmente fortes na melhor captura de movimentos de Dobby, que aparece como um novo elfo, e Monstro, até agora, assim como em uma espetacular sequência aérea no início do filme. Também é um grande alívio que toda a maravilhosa parte visual da equipe não tenha sido afetada pelo processo de conversão para 3D. As emoções e dramas do roteiro são envolventes o suficiente. O filme em si não precisa de nenhuma distração. E é claro, a melhor coisa sobre a Parte 1 é que deixa você querendo ver a Parte 2 o mais rápido possível."
MTV Brasil
ϟ "Hollywood conhece bem suas regras e sabe segui-las. É um negócio lucrativo, capaz de resistir a crises e, até o momento, as grandes mudanças na tecnologia. Os estúdios de Los Angeles foram os responsáveis pela criação dos blockbusters, pelos grandes épicos e sabem o que entregar ao público, pois foram eles quem escolheram os elementos desse cenário lá atrás, quando os grandes épicos da MGM levavam nossos pais e avós ao cinema, um tempo em que ainda se vestia terno e chapéu no programão de domingo. A inspiração nos clássicos e na Bíblia abasteceu essa indústria antes da onda de originalidade dos blockbusters no finzinho dos anos 70, mas a ligação entre cinema e literatura nunca terminou. É mais seguro levar uma obra conhecida, e, normalmente, admirada aos cinemas do que criar algo totalmente novo. Vivemos um novo momento nesses ciclos hollywoodianos com as histórias e quadrinhos, mas também com as adaptações literárias. E elas são muitas. Entretanto, não é só ao sucesso inquestionável de Peter Jackson com O Senhor dos Anéis que essa dinâmica se construiu ao longo dos últimos dez anos, mas também a Harry Potter, assumidamente uma maçaroca cultural e literária montada por J.K. Rowling e que, depois de nove anos nos cinemas, inicia sua conclusão com Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1. É um filme evento, claro, mas David Yates faz uso do precedente aberto por Zack Snyder, em Watchmen – O Filme, e banca o diretor birrento ao ignorar as leis de Hollywood, seu formato “garantido” de sucesso e, no primeiro ato de sua conclusão, entregar um festival de atuações marcantes, com um ritmo próprio e, felizmente, despreocupado com as caraminholas inventadas pelos executivos do estúdio. Mais que conhecer sua indústria, Yates e Rowling sabem que têm público cativo, têm o interesse mundial nas mãos e, acima de tudo, têm a chance de mostrar que a dobradinha cinema & literatura só resulta numa adaptação fraca quando se pensa no dinheiro antes da qualidade. Relembrar do final anticlimático de Harry Potter e o Enigna do Príncipe pode ser um primeiro passo na preparação para o clima de Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1 [HP7]. A queda de Dumbledore desintegrou qualquer resquício da bolha de segurança ao redor dos personagens, mas, de forma mais efetiva, lançou Harry, Ron e Hermione num mergulho sem volta em um mundo inseguro e regido pela morte. Medo deixou se ser uma preocupação. Na guerra, vida e morte são separadas por instantes ou um leve descuido; duas constantes aplicadas a uma família forjada à base de muita dor, perda e um futuro sombrio. Ele retornaria. Ele retornou e futuro é agora. E o agora, é o fim. O início melancólico de HP7 não engana e nem precisa de meias palavras para apresentar tanto sofrimento latente. Uma última olhada no quartinho embaixo do armário; um triste adeus a sua própria identidade; um olhar por uma janela estranha e nada reconfortante. Escolhas acertadas por conta do grande trunfo do longa: o público conhece demais os personagens e, logo de cara, já sente suas escolhas e mazelas. O sentimento brota logo de cara e não para nem por um instante ao longo das 2h26 de duração. Seguindo a mesma assinatura visual dos últimos dois filmes, David Yates construiu bem sua guerra – que acontece mais no plano psicológico do que no físico, em termos de tempo dedicado no filme. De qualquer forma, não era sem tempo, afinal, Rowling vinha anunciando o grande embate entre Harry e Voldemort desde o começo da saga do bruxinho. Ha! Bruxinho! Bons tempos. Harry deixou a inocência de lado, mas, guiado pelo idealismo de sua criadora, ainda insiste no caminho da bondade suprema. Amigos, colegas, familiares… todos morrendo a sua volta e, nem mesmo assim, Potter é capaz de devolver na mesma moeda. O matar ou morrer não funciona para os mocinhos de Rowling, sempre dispostos representar seus dogmas mesmo que isso lhes custe a vida. O Lado Negro é indesejável, mas o extremo bom mocismo soa tão caricato quanto a malevolência constante, porém, como Bellatrix Lestrange é doida de pedra – além de dar a impressão de que, se puder, mata seu almoço todo dia só para o prazer de tirar uma vida sempre que possível – esse extremo do espectro é menos sentido. É o diretor respeitando a autora – e produtora. Respeito, um dos grandes diferenciais de HP7 para outras adaptações, especialmente as que tentam desesperadamente preencher o iminente vazio que será deixado pela saga. Eragon caiu no esquecimento rapidamente, Percy Jackson deve seguir o mesmo caminho, Coração de Tinta não funcionou e Cirque Du Freak foi uma vergonha. Não é preciso ser ágil, ninguém precisa ser convencido, final feliz está fora de cogitação e mesmo quem não leu os livros quer saber o que vai acontecer com Harry, Ron e Hermione. Fato. Esse trio entrou para o imaginário popular, logo, seu destino é interessante. Além de ser uma compensação por todos os anos de dedicação à série de filmes, iniciada em 2001. Sem pressa, tudo pode acontecer com profundidade. Seja um período pensativo de Harry, um lamento solitário de Hermione ou um rompante de fúria de Ron. A guerra parece ser mais pessoal, mais profunda, absolutamente íntima dentro dos personagens principais. Yates garantiu ao trio Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint todo o tempo necessário para seus ‘monólogos’ solitários, um prêmio por anos de dedicação à franquia. Cada um deles pode ampliar seus horizontes, e reconhecer limitações, em algo – na ausência de comparação melhor – similar a uma pequena peça individual dentro do filme. Toda essa contemplação, aliada um trabalho de fotografia belíssimo, natural e, pasme, simples, é a maior prova da “insurreição” de Yates às regras hollywoodianas. Se a história pedia, ele entregou. Simples assim. Exatamente como Zack Snyder fez quando pisou no freio em Watchmen para que o Dr. Manhattan fosse a Marte e contasse sua história. É o cineasta a serviço da história, independente do que pense o público menos envolvido. HP7 pode soar lento por esse aspecto, porém, jamais perde seu ritmo. É a conclusão de uma saga literária programada e extensa, não um final de trilogia criado às pressas e por demanda financeira. Faz sentido e tem suas próprias regras. A magia circunda aquele mundo e seus personagens, cujas vidas são mais surpreendentes quando as varinhas estão guardadas e notícias, normalmente tristes, chegam do campo de batalha ou de um amigo querido. Se a gênese de Harry Potter era repleta de truques, ensinamentos e deslumbre com escadarias inquietas, sua conclusão é implacavelmente crua e violenta. Rowling defende alguns conceitos de forma bem clara: heróis não matam (por enquanto); vilões são deformados ou traiçoeiros; e política e nobreza são instituições falidas (vide as constantes falcatruas atribuídas ao Ministério da Magia e a decadência dos Malfoy). A queda de Lucius Malfoy poderia ser digna de pena, não fosse a conduta subserviente e lacaia adotada pelo personagem – em grande momento de Jason Isaacs – e seu inevitável reflexo no inexoravelmente covarde Draco, inicialmente pintado como o arquiinimigo de Potter, mas que, efetivamente, nunca passou de um mauricinho mimado e incapaz de ameaçá-lo de verdade. É a vitória dos mestiços, os half-bloods; o eterno sonho da plebe britânica em se unir à realeza, a síndrome de Diana. Aliás, o racismo e o preconceito contra trouxas e mestiços são abordados em HP7, mas de forma tão aleatória e ineficaz quanto as aparições de Voldemort, mais presente como ameaça psicológica que como inimigo efetivo. O grande vilão ainda não teve sem momento, ainda é uma ameaça assustadora, mas arisca e distante. Assim como num jogo de videogame, Harry parece precisar superar todos os obstáculos do mundo para poder lutar contra o chefão. Longa duração, grande atenção para dilemas pessoas do trio principal, mas, como em toda reta final, muita gente precisa aparecer e o resultado são participações relâmpago. Alan Rickman é uma delas, tendo apenas duas cenas; assim como Imelda Staunton, que retorna como Dolores Umbridge, e o recém-chegado, e logo despachado, Bill Nighy, como Ministro da Magia. Brendan Gleeson é uma das maiores lástimas, primeiro pelo descaso com que o destino de Olho-Tonto é apresentado, segundo pela perda do último personagem disposto a lutar de igual para igual contra os Comensais da Morte. Hagrid também aparece pouco. Menção honrosa para Edwiges, que tem dois momentos e ganha a eternidade com seu sacrifício supremo. No final das contas, fica a impressão de um grande desfile de rostos conhecidos, novos nomes que não chegam a ser relevantes o suficiente para serem lembrados e o embate com o aspecto sem face da maldade de Voldemort. Seus agentes provocam o caos, matam sem piedade, mas usam máscaras; não tem identidade; apenas simbolizam sua opressão e sangue frio. Claro, reflexo direto da opção pelo foco total em Potter, Hermione e Weasley e sua jornada para encontrar e destruir os horcruxes de Voldemort e também da natureza binária da narrativa. são duas partes de um gigantesco último filme, o que modifica a estrutura e, no futuro, ganhará mais força quando for possível assistir aos dois, em seqüência, e sem meses de intervalo. Analisando HP7 como produto independente – sem apoiar suas escolhas no roteiro do livro e nos detalhes dos personagens – nota-se grande preocupação com a ambientação e a construção do verdadeiro clímax dessa história, que só acontece na Parte 2. Entretanto, a simples noção do embate entre Harry e Voldemort desintegrou-se com a destruição das varinhas irmãs e a introdução das Relíquias da Morte, um conceito apresentado apenas no livro final. Três artefatos feitos pela Morte. Dois deles conhecemos: a capa da invisibilidade usada por Harry e a varinha de Dumbledore, um deles ainda é um mistério; a pedra capaz de ressuscitar os mortos. Sua descoberta é tão importante quando a destruição dos horcruxes – que tornará Voldemort mortal novamente -, pois quem reunir as três peças, terá o controle sobre a Morte. Enquanto nada disso acontecer, ser amigo de Harry Potter significa poder morrer a qualquer instante. Trouxa ou elfo doméstico, coruja ou bruxo. Nenhum lugar é seguro. Nenhuma lágrima é contida. É a dura realidade da vida humana, enfrentar a mortalidade. Cabe a cada um escolher se o fará com honra e dignidade, ou desespero e sangue nas mãos. No universo de Harry Potter, vida e morte sãs as únicas constantes. Os bruxos se digladiam pela eternidade, enquanto David Yates mostra a Hollywood que é possível viver sem futilidade; dirigir sem destruir o material base; matar sem pensar no licenciamento; e ousar em benefício do público. Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1 é uma porrada emocional, capaz de fazer rir, sentir e chorar, um filme histórico por circunstância e magnífico por mérito. É a magia a serviço do cinema."
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Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1
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